sexta-feira, dezembro 08, 2006

Com a visão embaçada e uma sensação de vertigem, Mário caminha lentamente na areia sentindo a brisa do mar acariciar seus poros e entrar em seus pulmões o frescor da maresia.
Abre uma cerveja, olha para o relógio e resmunga "Dez da manhã e eu bebendo". A praia está deserta embora seja quinta feira, a cidade parece estar descansando a quarta feira de cinzas, embora o que realmente aconteceu foi mais que um carnaval.
Mário anda em direção ao quebra-mar e encontra dois tipos de pessoas, as de branco e as de preto, aproxima-se para ver o que está acontecendo e pergunta à uma figura de preto que não consegue diferenciar o seu sexo. "O quê está acontecendo aqui, por que toda essa gente calada e parada?" Indaga Mário com aflição enquanto tem a leve impresão de que a criatura não está disposta a ajudá-lo. Direciona-se à uma outra figura, dessa vez a de branco e pergunta novamente o que se passava. A criatura nessa hora levanta as mãos e tira o véu que cobre seu rosto seguida das outras criatura de branco, é quando Mário se depara com todos os seus planos e sonhos logo corre para as criaturas de preto e se depara com suas frustrações e medos. Atônito, ele encara tudo com muita aflição e medo.
Pensa em fugir, correr com seus sonhos e planos para que as decepções não os destruam e realiza que isso é o que ele fez a sua vida inteira e percebe que a vida é passado, assim como sua matéria e foi sentenciado a viver entre seus medos, decepções e sonhos fazendo o que não conseguiu fazer durante seu tempo de vida: não permitir que seus sonhos fossem destruídos pelas decepções e medos.

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