segunda-feira, abril 28, 2008

Lack of Feelings.

Tava aqui agora pensando no que eu ia escrever, sabe? Afinal, já fazia alguns dias que eu não postava nada, mas não foi por falta de acontecimentos, e sim, por falta de emoções e sensações presenciadas. Me dei conta de que minha vida está livre de dramas, o que é uma novidade, eu só não consigo classificá-la como boa ou ruim, pois me dei conta de que assim como o drama gera um desconforto, um rebuliço na minha cabeça, provocando reflexões de horas e horas seguidas de álcool, não importa o gênero, que no final me levam a criar uma moral pro conto que é a minha vida, ele gera também momentos desagradáveis, tipo, sentimentos de raiva, tristeza, medo e incerteza, o que não são muito bons de se sentir.

Acho que a indiferença que sentimos, acaba sendo um drama em uma escala menor, pelo menos pra mim. É como aqueles filmes super monótonos que não têm um único acontecimento, mas que se você parar pra analisá-lo, o escritor ou diretor quis dizer algo com isso, e é exatamente isso que eu tô tentando analisar, o que a mente quer dizer quando chega nesse estado. Tenho uma ótima mãe, ótimos amigos, uma ótima vida que embora às vezes eu ache que poderia ser melhor, ela já é ótima do jeito que é e mesmo assim, me sinto indiferente a tudo isso. De uma maneira bizarra, acho que já superei o tédio e fazendo uma analogia muito tosca, é como quando alguém atinge o fundo do poço, que daí pra frente, só tende a melhorar, e esses momentos podem até ser bem vistos por psicólogos, mas não é tão bom assim de ser vivido.

Mais uma coisa, pesquisei sobre os estágios sequënciais do luto, que são a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação, e por mais que possa ser uma associação errada, no momento esse quebra-cabeça todo se encaixa da seguinte forma: Toda essa indiferença que sentimos, ou somente eu sinta, seja o estado da barganha que de acordo com o dicionário significa trapaça/mentira, é devido ao medo de enfrentar a realidade e por isso guardo tudo em uma caixa dentro da mente, tudo mesmo, todos os outros sentimentos e acabo nesse estado, vazio.

Esse processo todo é muito lento e retardado, pois quando acho que estou alcançando o topo, me vejo no chão ainda. Quanto ao luto, refiro-me ao rompimento de algumas características minhas que no momento não sei se eu devo enterrá-las ou simplesmente aceitá-las e quando e se aceitá-las, fazer o que com elas? Viver melhor e ir tomar chá na Tiffany com elas trocando confidências e perguntando as novidades? Isso tudo é confuso demais pra mim apenas às 8:50h da noite.

2 comentários:

caio disse...

já me peguei inúmeras vezes sem saber o que pensar, depois de uma fase que eu considerei ruim, onde eu não estava mais com problemas, mas também não estava levando tudo da maneira mais harmônica possível. é estranho, eu me toco que por tanto tempo eu desejei aquilo... e nessa hora eu só queria viver algo diferente, mesmo que ruim, como o que eu vivi antes disso. é tudo muito paradoxal e estranho, mas é tipo isso, o que acontece comigo.

Manú disse...

não sou muito fã no sentimento de indiferença. em algumas situações é o melhor a fazer, mas em outros, com o passar dos dias, vou me acabanda internamente e isso me deixa triste. E não ter dramas na vida é realmente fortalecedor, infelizmente, qto a mim, estou passando por alguns =/