Tava aqui agora pensando no que eu ia escrever, sabe? Afinal, já fazia alguns dias que eu não postava nada, mas não foi por falta de acontecimentos, e sim, por falta de emoções e sensações presenciadas. Me dei conta de que minha vida está livre de dramas, o que é uma novidade, eu só não consigo classificá-la como boa ou ruim, pois me dei conta de que assim como o drama gera um desconforto, um rebuliço na minha cabeça, provocando reflexões de horas e horas seguidas de álcool, não importa o gênero, que no final me levam a criar uma moral pro conto que é a minha vida, ele gera também momentos desagradáveis, tipo, sentimentos de raiva, tristeza, medo e incerteza, o que não são muito bons de se sentir.
Acho que a indiferença que sentimos, acaba sendo um drama em uma escala menor, pelo menos pra mim. É como aqueles filmes super monótonos que não têm um único acontecimento, mas que se você parar pra analisá-lo, o escritor ou diretor quis dizer algo com isso, e é exatamente isso que eu tô tentando analisar, o que a mente quer dizer quando chega nesse estado. Tenho uma ótima mãe, ótimos amigos, uma ótima vida que embora às vezes eu ache que poderia ser melhor, ela já é ótima do jeito que é e mesmo assim, me sinto indiferente a tudo isso. De uma maneira bizarra, acho que já superei o tédio e fazendo uma analogia muito tosca, é como quando alguém atinge o fundo do poço, que daí pra frente, só tende a melhorar, e esses momentos podem até ser bem vistos por psicólogos, mas não é tão bom assim de ser vivido.
Mais uma coisa, pesquisei sobre os estágios sequënciais do luto, que são a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação, e por mais que possa ser uma associação errada, no momento esse quebra-cabeça todo se encaixa da seguinte forma: Toda essa indiferença que sentimos, ou somente eu sinta, seja o estado da barganha que de acordo com o dicionário significa trapaça/mentira, é devido ao medo de enfrentar a realidade e por isso guardo tudo em uma caixa dentro da mente, tudo mesmo, todos os outros sentimentos e acabo nesse estado, vazio.
Esse processo todo é muito lento e retardado, pois quando acho que estou alcançando o topo, me vejo no chão ainda. Quanto ao luto, refiro-me ao rompimento de algumas características minhas que no momento não sei se eu devo enterrá-las ou simplesmente aceitá-las e quando e se aceitá-las, fazer o que com elas? Viver melhor e ir tomar chá na Tiffany com elas trocando confidências e perguntando as novidades? Isso tudo é confuso demais pra mim apenas às 8:50h da noite.
2 comentários:
já me peguei inúmeras vezes sem saber o que pensar, depois de uma fase que eu considerei ruim, onde eu não estava mais com problemas, mas também não estava levando tudo da maneira mais harmônica possível. é estranho, eu me toco que por tanto tempo eu desejei aquilo... e nessa hora eu só queria viver algo diferente, mesmo que ruim, como o que eu vivi antes disso. é tudo muito paradoxal e estranho, mas é tipo isso, o que acontece comigo.
não sou muito fã no sentimento de indiferença. em algumas situações é o melhor a fazer, mas em outros, com o passar dos dias, vou me acabanda internamente e isso me deixa triste. E não ter dramas na vida é realmente fortalecedor, infelizmente, qto a mim, estou passando por alguns =/
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