desde o início do semestre tenho pensado e estudado bastante sobre a convivência, que ela começa consigo mesmo e tudo, estudei também que devido à convivência começar em nós mesmos, é necessário que sejamos bons para nós mesmos, de que maneira? agindo de acordo com nossos instintos, com nossa vontade interior muitas vezes abafada pelo grito da moral, do que é certo para os outros. muitas vezes romper com o esperado é mais difícil do que o que se pensa, mas é assim que andamos pra frente e agimos de acordo com o que somos na essência.
mas o que acontece quando a nossa essência se torna repetidamente egoísta? machucamos as pessoas com frequência, pra ser sincero não sei nem se esse post é falando sobre mim mais, em algum aspecto ainda é, afinal me incomoda muito o que não gosto em mim, por isso escrevo pensando em outro o que vejo em mim mesmo.
às vezes queria ser como aquelas pessoas que vêem somente o que querem, criando assim uma barreira para protegê-las e não entrar em contato com a realidade dolorida, mas ao invés, de tanto imaginar quão defeituoso sou, desenvolvo falhas que acredito nem existirem para não me focar nas que realmente existem. oh crap. sinto como se não soubesse quem sou, quanto mais eu me conheço, mais percebo que mudo rápido demais ou nem isso, percebo que não me conhecia como achava ter conhecido.
embora conviver comigo mesmo tenha sido muuuuito melhor do que nunca, ainda há questões que precisam ser esclarecidas. sinto que a gabriela foi uma peça chave na minha formação pessoal, da infância à fase adulta. vez ou outra me pego pensando nela, em como ela deve ter sido triste e me culpo. outro dia sonhei que a reencontrava depois de... 10 anos, ela tinha ainda seu mesmo semblante infantil, doce mas ao mesmo tempo sofrido que nesse exato momento, ao recordar, meus olhos se enchem d'água. ela estava com seu cabelo, negro e cacheado, solto com apenas duas mexas presas. encontrava-se com sua mãe no setor clínico de brasília, onde minha mãe tinha seu consultório. eu chorava muito, soluçava até e pedia perdão, dizia que éramos crianças e eu não tinha noção do que era aquilo, que eu não fiz por mal e era quando a dúvida começava a brotar na minha mente: será que não era por mal?
tudo o que queria hoje em dia era que nada do que aconteceu na nossa infância tivesse acontecido. talvez, se nada disso tivesse acontecido, ela nunca teria sentido a necessidade de voltar a morar com sua família...
na verdade esse post realmente não é pra mim. gabi, eu queria te dizer que eu sinto muito, aonde você estiver, pelo irmão que eu não fui, pela família que te acolheu não em todas as partes, eu não sei se você vê as coisas dessa forma como eu imagino que você veja, mas se você vê-las, or favor me perdoe, eu ainda tenho um amor muito grande por você, queria mesmo que tudo tivesse sido diferente, que você tivesse ficado, que hoje você pudesse compartilhar comigo os seus medos, alegrias, tristezas e sonhos... mas infelizmente eu só posso querer. saiba que se eu pudesse voltar no tempo e refazer tudo, eu refaria. eu sinto tanta falta de escutar sandy e júnior com você, de rir das coisas bobas, jogar queimada na sala de televisão. queria que você soubesse também que eu nunca vou te esquecer, mesmo você nunca lendo isso e mesmo a gente nunca mais se vendo na vida, o que eu espero que o destino dê um jeito de nos encontrarmos numa situação boa e feliz pra que eu possa te falar tudo isso.
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