Prestes ao encontro com o Estranho. O nervosismo é mais em relação a não saber onde tô pisando. Que território é. Conversas são boas, embora lentas. Me incomoda o tempo, o demorar, o não saber o que é e onde vai dar esse demorar.
Devo estar fazendo algo diferente. Definitivamente. Na minha cabeça tento separar preto e branco, frio e quente, amigo e amante. Mas por outro lado, a situação em que me encontro é de não conseguir definir nada disso. Absolutamente nada. Até fico indo e vindo na cabeça com os pensamentos tipo num balanço. Pra frente e pra trás. Bizarro.
Me incomoda a consciência de que tô tão preocupado com isso. Com a forma que vou me passar. Por quê? Medo de ter uma rejeição? Mas tô ganhando uma noite à fora, uma saída, um Órbita, uns cosmopolitans e a cortesia de uma companhia estranha, o que me faz questionar estranho ou novo? De novo definindo, hein? Mas será que talvez eu tenha um pouco dessa necessidade? Talvez sim, só sinto que não devo deixá-la se tornar excessiva. Acho que talvez não seja só a possível rejeição, mas também a quebra de hábito. E eu consigo entender que não é sobre estar incomodado de uma forma totalmente ruim. É um incômodo tipo quando se muda de cidade que não se conhece ninguém. É o incomodo de conhecer um novo. Há novidade no estranho.
Acho que não devia estar tão angustiado. Passei a semana conversando e esperando e tudo muito lento, muito... parado? Não, parado não. Tudo no seu tempo. No tempo dele. No meu tempo.
O que é? Eu não sei. Sempre reclamei de quem definia as coisas muito rápido e me peguei fazendo a mesma coisa. Ou seja, reclamei de mim mesmo. Haha, é uma reclamação antiga, até.
Definir o indefinido. Pra deixar as coisas previsíveis? Sempre fui muito extremos e agora tô bem em cima do muro, sem saber onde cair, embora sinta que esteja forçando pra cair em algum lugar. Mas talvez não seja sobre cair. Seja sobre me equilibrar. Tudo isso com um só estranho. Wow, "Tudo isso com um só estranho"? Pera, que que eu disse? É... Algo definitivamente mudou.
Me vem na cabeça "Por que preciso de um estranho pra viver isso?". Acho que deve ser porque já tô há muito tempo dentro do conhecido. Mesmos assuntos, mesmas dinâmicas, mesmo ciclo. Tá na hora de começar coisas novas. Assuntos, papéis, textos e peças novas.
Merda!
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