São muitas amarras. Muita responsabilidade. Muita gratidão. Muita obrigação. Muito.
Parece que o único momento em que vou me livrar de toda essas amarras é quando me ver órfão. E não é que eu queira ser um pra ter mais liberdade, longe disso. Amo a minha mãe e quero que ela viva por muitos anos. Mas não gosto de sentir que não poderia sair daqui ou ir atrás de coisas porque tudo sempre me foi dado.
Dor na cabeça. Nos pensamentos. Eu preciso quebrar essa idéia de ir atrás de pessoas que façam tudo por mim e começar a fazer por mim mesmo. Eu preciso. Eu tenho. Eu devo. Eu devo isso a mim. Guardo ressentimento pela forma como fui criado porque agora eu tenho que me criar. Me condicionar a agir de uma forma que me é estranha. Típico de menino mimado.
Me dá raiva sentir preso a toda essa obrigação moral e social na qual me vejo. Eu nem sempre quero estar aqui. Nem sempre quero falar e ouvir o que os outros têm pra dizer e mesmo assim eu fico. Mesmo assim eu escuto e rebato. Não aguento mais. Não quero mais ouvir problemas, encontrar soluções, forçar sorrisos, fingir que tô bem. Isso me leva pro meu trabalho. Me sinto ludibriado e forçado em ter aceitado ir trabalhar em uma sede na puta que pariu, onde, me foi dado a esperança de coisas que amenizariam o fato de ter ido pra lá e não foram dadas. No final das contas, a escolha foi minha. Mas acho que deveriam ter dado algum tipo de conforto. Venha a nós o vosso reino.
Eu sou empregado e não patrão. Cansei. Preciso estudar e ter meu próprio negócio e trabalhar dentro de condições que sejam mais favoráveis a mim.
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